segunda-feira, 27 de abril de 2009

Queria iniciar o dia inteiro onde emergisse da noite e do silêncio palavras impronunciáveis; e livres habitando a essência e toda a substância do tempo; a doce liberdade deste instante único vivê-lo ate cansar de mim; deve-o ao amargo passado do ontem; aos gritos sussurrados da minha alma, não tive coragem pra reagir......e ao acordar da noite mal dormida; eis o dia vem à tarde e já começa o crepúsculo a nos buscar a noite; é única singular mesmo vindo do ontem antigo distante; para os outros sou a estranha possessão da noite onde me arrebato e a ela entrego-me sem medo como se encontrasse a minha imagem densa; escura; surpreendo-me em tantos loucos pensamentos a extravasar-me o peito que acelera e dói; nem sei mais o que me surpreende se eu ou a minha imagem; não sou ela e sou eu; imagem perfeita aproximo-me de mim e beijo-me em beijo suave e uma lagrima escuta e vem pra fora olhar-me; mas digo a ela esta não sou eu que chora está lágrima solitária que em meu rosto reconheço-te! Sou aquela estranha que à primeira vista não te reconheceste; aquela estranha que não posso ver viver sem ela e nem ela sem mim e sempre a buscar-me; e não ser assim, num instante inesperado; estranhos atropelam-se e chegam finalmente ao fim; vou dormir e amanha acordarei e continuará outono escuto um piano ainda dentro de mim e ainda chora; lá fora continua chovendo e fazendo frio; estou aqui olhando o frio aconchegar-se a janela e querendo entrar em mim...


Céu
27/04/2009