sábado, 25 de abril de 2009

A branca paisagem metálica da noite pálida; refresca o ar a chuva na voz de um poeta que me conta um verso; oferece-me uma rima; da amiga que mandou-me flores e pediu que eu as colocasse nos meus cabelos e lhe desse um sorriso aberto e fraco...




... e ainda que eu lhe enviasse uma foto; a brancura da minha pele deixa-me quase transparente será que aparecerei na foto ou surgira nela apenas uma sombra entre um poeta e as flores ornamentadas nos cabelos transparentes e o sorriso; estarei a sorrir; não importa as flores sorriram por mim e o poeta lhe dedicará uma estrofe dos seus versos e nem saberá que eles eram dedicados a mim; mas sem saber o que procuro, pois nem eu sei, por isso ando transparente; impregnada de outonos a espera do inverno; impregnados de Inverno; ouço nos sons perfeitos que trazem o vento as coreografias das agitadas maritacas espalhado-se pelos céus quase entre nuvens; os velhos sabiás cantam de galho em galho e uma mãe zelosa cuida dos seus filhotes que piam em busca de comida; enquanto isso minha alma se aquece e sai em busca de sonhos e historias pra não adormecer sozinha; e sonha com os pássaros e quase dar-lhe um sorriso; posso arder-me das folhas te as raízes e ainda assim estou sozinha...

Céu
25/04/2009